No sábado, descobrimos que o celular da minha mãe fora roubado ou perdido (ainda não tínhamos certeza; só sabíamos que o celular sumira). Ontem, lá fomos nós para uma loja Claro (a do Shopping Leblon, que é a melhor de todas): eu, Roney, minha mãe e meu irmão Paulo (que tem um atraso mental por causa de problemas no parto, ou seja, tem a idade mental de um rapaz de uns 16 a 18 anos, apesar de ter 45).

Decidimos comprar um chip novo e habilitar a linha antiga dela em um aparelho velho e arranhado que tínhamos sobrando.

Chegando lá, ela começou a olhar os aparelhos e ver preços para substituir o tijolão TDMA perdido. Achou tudo caro. Afinal, ela só precisava de um aparelho que falasse e recebesse ligações; nada de máquina fotográfica, mp3, rádio etc.

Eu e Roney sentamos com o atendente e recebemos uma boa notícia: ela poderia pegar um aparelho novo (bem simples) com um chip SEM PAGAR NADA. Ótimo.

Só que ela não estava perto de nós, então não soube da notícia imediatamente. Além disso, estava conversando com o Paulo (os dois estavam morrendo de fome). Mais tarde, ela me contou o diálogo entre eles:

– Mãe, eu tô com uma fome! Minha barriga tá roncando!

– É, Paulão? A minha também. A gente já vai almoçar, tá?

– Tá. – Pausa. – Mãe, eu vou comprar um celular pra você, tá?

– É, Paulão? Com que dinheiro?

Ele faz uma careta e diz:

– É… Precisa de dinheiro, né?

– É, precisa.

Depois de refletir, ele diz:

– Ah, já sei! Eu tenho um dinheirinho na minha carteira lá em casa!

(Parêntese rápido: A gente sempre dá um dinheirinho para ele comprar pipoca e refrigerante quando ele sai para passear pelas calçadas de Copacabana, ou seja, ele devia ter uns 2 ou 3 reais de troco na carteira.)

– Ah, Paulão, mas esse dinheirinho não dá para comprar um celular.

– Tsc. Celular é caro, né, mãe?

– É, Paulão, é caro.

Eu acho superfofo quando ele inventa de dar alguma coisa de presente para minha mãe (que nem é mãe biológica dele, só adotiva). Outro dia foi comigo: fomos comprar um tênis para ele e ele cismou que eu tinha de comprar um par de havaianas. Até me ajudou a escolher!

Eu tinha muita vontade de colocá-lo numa escola do tipo que ensinasse a lidar com dinheiro, fazer continhas básicas, ler um pouquinho, escrever um mínimo. Mas não rola grana para isso, infelizmente… Além disso, há muitas coisas envolvidas. Uma pena!