E voltei! hahahaha

Foi uma verdadeira aventura. Saímos (eu e meu gatinho) de casa por volta de 18 horas. Caminhamos até a praia (moramos no posto 6 de Copacabana) e fomos em direção ao palco (mais ou menos 1,5 km de distância). Seguimos todas as recomendações: roupa leve, garrafa de água na mão, pouco dinheiro no bolso (só para emergências), identidade num bolso e celular no outro (também para o caso de emergências).

O caminho até o palco estava ótimo. Muita gente andando na mesma direção – o que era de se esperar. Mas o divertido mesmo foram as figuras que encontramos no caminho. Vou numerar para tentar não esquecer de nada:

1. Um vendedor de bebidas (homem) vestido de mulher roqueira: minissaia preta, top preto (com peitões de laranja ou coisa parecida), bandana preta, óculos escuros e salto alto.

2. Um cachorro beagle no meio da rua Figueiredo Magalhães com Nossa Senhora de Copacabana (uma das esquinas mais barulhentas do mundo, de acordo com uma medição há alguns anos) com o dono, paquerando uma labrador pretinha bem jovem. Quando a cachorra saiu de perto, ele – mais do que depressa – agarrou a perna do dono e mandou ver! Quando o dono deu uma bronca, ele arrastou o homem na direção da cachorra. Uma cena!

3. Uma mulher com um vestido verde limão e tranças que iam até a cintura.

4. Um gótico com o rosto pintado e tudo, dizendo, com a voz mais calma do mundo: “Putz… Vai sair porrada aqui… Não vai ser legal… Que saco isso…” ESSE é o verdadeiro espírito do rock’n’roll: paz e amor total!

5. Mulheres bonitas e jovens com minissaias. As pessoas não têm noção, não pensam ou não estão nem aí se acontecer alguma coisa? Sinceramente, quem vai para um show como o de hoje de minissaia, está pedindo!!! (Só não sei o quê!)

6. Um vendedor ambulante: “PROMOÇÃO! PROMOÇÃO! Compre uma skol ou uma coca e assista ao show de graça!” (Esses caras sabem vender!)

7. Religiosos com faixas (até legais, nada agressivo nem contra o show – algo do tipo “não agrida a mulher” ou coisa parecida).

8. Váaaaaaaarios velhinhos com seus 60, 70 anos de idade, todos animadinhos para o show.

9. Um rapaz quase em coma alcoólico (ou coisa pior), sendo carregado por amigos bêbados, sem saber o que faziam com ele. Mandamos levá-lo ao posto médico para tomar glicose. Os amigos disseram que iam levar. Espero que tenham levado mesmo, pois ele estava muito mal. Esse povo não sabe beber… Acaba que o mocinho não vai conseguir ver o show. Bobão!

10. Um vendedor com cabelo de tule enrolado em tubos na cor – LARANJA! Nem chamava a atenção… Pouco não! 🙂

Enfim, tinha de tudo! 🙂

Chegando ao palco, ficamos impressionados: estava tranqüilo até ali, nenhuma muvuca, nenhuma confusão… Uma facilidade de acesso… Tudo ótimo. Quando demos dois passos DEPOIS do palco (chegando à parte da frente), simplesmente não conseguimos mais andar… Um empurra-empurra danado, gente desesperada, um cara (idiota, para dizer o mínimo) começa a gritar “Vou dar tiro, porra! Não mandei vir pra cá! Tá reclamando? Vou dar tiro”.

Foi aí que fiquei nervosa, pois comecei a imaginar que, se alguém resolvesse mesmo dar tiro (o idiota estava só ameaçando – quem dá tiro não avisa…), a gente não ia conseguir sair dali. Virei pro gatinho e falei “Vamos voltar?”. Voltamos imediatamente.

Levamos VINTE minutos para atravessar MEIO quarteirão até a rua do Copacabana Palace para poder voltar por um lugar menos atolado de gente.

Nesse caminho, vimos um grupo de policiais (havia MUITOS policiais espalhados – MUITOS!!!) “carregando” uns rapazes. Deu medinho…

Então, quando estávamos quase na rua do Copacabana Palace, chegamos em um oásis. Sentimos uma paz incrível! Olhamos para os lados e vimos um grupo de motoqueiros com cara de Hell’s Angels. Eram os “Abutres”! Uns caras enormes e fortes, todos tatuados, com casaco de couro e o escambau! Alguns até com os filhos. Parecia que estavam na sala de estar da casa deles: tranqüilos, batendo papinho. Um barato!!!! Ficamos com vontade de parar ali para assistir ao show (acho que seria bastante seguro), mas acabamos desistindo e voltando para casa.

Na Nossa Senhora de Copacabana, havia um caos de pessoas, ônibus e carros (principalmente táxis). Parecia uma manada de gente. Até porque estávamos perto de uma das ruas mais próximas do metrô, então as pessoas passavam por ali vindo da estação. (Uma curiosidade: os bilhetes de metrô foram vendidos como no reveillón: com hora marcada.)

O pior de tudo foi a gente ter lembrado que a tia do Roney mora DE FRENTE para o palco do show. DE FRENTE!!!!!! Não é na Atlântica, de lado, não: DE FRENTE!!!! Ficamos morrendo de raiva quando nos lembramos, pois ela está na Europa. Podíamos ter juntado um grupo de amigos e feito uma festinha na casa dela. (Podíamos até ter faturado uma graninha. hehehe)

Enfim, tirando a nossa estupidez e o início de síndrome do pânico que me deu no meio da muvuca, foi uma aventura e tanto! Se a gente não tivesse ido, não teria noção da grandiosidade do espetáculo. Só me deu pena mesmo foi de não ter levado a máquina fotográfica.

Agora vou estourar uma pipoquinha e assistir ao show con-for-ta-vel-men-te escarrapachada no sofá.