April 2008

Monthly Archive

Eu quero…

Posted by on 25 Apr 2008 | Tagged as: sonhos

Eu quero uma casa no campo…, upload feito originalmente por Ric e Ette.

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
E um filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais

Nada

Posted by on 18 Apr 2008 | Tagged as: poesia

Quis ser eu mas não é

Quis não ser mas é

E assim, sem querer,

Acabou

Não sendo

Nada.

Aniversário de casamento

Posted by on 15 Apr 2008 | Tagged as: família, vida

No dia 14 de abril de 1990, às 16 horas, eu entrava na Igreja Presbiteriana de Copacabana para me casar. Deu tudo errado: meu pai atrasou mais que eu, entrei com a música errada, que era pra ter sido a música do Roney entrar, o pastor falou coisas absurdas e a gente quase morreu de calor durante a cerimônia.

Apesar disso e de várias idas e vindas, nosso casamento deu muito certo. Somos muito felizes e temos uma amizade e um companheirismo que eu não trocaria por nada.

Ontem, ganhei de presente dois ímãs (um dizia SORTE e o outro dizia VIVA MAIS), uma cartela de adesivos do Pequeno Príncipe (uma das minhas histórias favoritas, apesar de eu não ser miss) e um copo com várias coisinhas escritas (sonhe grande; dance na chuva; durma com os anjos; viaje para a lua; pinte o sete; declare seu amor; medite; pule carnaval; escreva uma carta de amor; contemple o pôr-do-sol; vá à praia).

Fiquei toda feliz. Obrigada, meu amor!

Dengue

Posted by on 13 Apr 2008 | Tagged as: família, saúde

Ontem foi dia de maratona no hospital. Minha mãe acordou com dor na vesícula e achou que estava com icterícia de novo. Lá fomos nós para o Hospital São Lucas (particular). Depois de alguns exames, acabou voltando para casa com a intenção de marcar logo o cirurgião e operar.

Vocês não têm idéia de como o hospital estava lotado. A sala de espera da emergência não tinha cadeiras vagas quando chegamos. Depois de entrar, uma quantidade enorme de pessoas tomando soro sentadas em cadeiras desconfortáveis e cochilando sentadas. Pessoas com fisionomias fortes, de quem não se dobra com facilidade, dormindo sentadas, tremendo de frio. Caramba!

Tenho visto as reportagens sobre dengue na televisão, mas ver de perto as pessoas derrubadas pela doença é muito chocante. A gente não tem a dimensão verdadeira da situação até ter contato direto com as pessoas. Tinha muita gente com dengue lá ontem.

Teve uma hora que eu quase desmaiei. Um rapaz com dengue estava muito nervoso e o enfermeiro não conseguia encontrar a veia dele. Fechei os olhos para não ver, mas infelizmente abri na hora errada, quando ele estava conseguindo furar o braço do pobre coitado, que já havia sido furado várias vezes na última semana. Tudo ficou preto na minha frente. Sentei e fiquei quietinha para não cair dura.

No final, acabamos conversando com pessoas simpáticas e solidárias. Apesar do cansaço e do choque com a dengue, foi um dia interessante.

Mãe no hospital…

Posted by on 01 Apr 2008 | Tagged as: família, saúde

Minha mãe foi para SP com o objetivo de fazer uma cirurgia para extrair útero, ovários e vesícula. O ovário tem um cisto de 8cm X 6cm e a vesícula está repleta de pedras. Estava fazendo os exames pré-operatórios, mas hoje teve de ser internada de emergência porque a vesícula inflamou e ela está com icterícia.

Resultado: amanhã fará uma endoscopia para ver se a pedra na vesícula desobstrui o canal e melhora o quadro geral. Se isso não acontecer, ela vai retirar a vesícula e, depois, em uma segunda cirurgia, retirar o útero e o ovário.

O pior é que veio tudo de uma vez só, sem dó nem piedade. Agora à noite, parei um pouco para esfriar a cabeça vendo um filminho: Melhor é impossível. Minha identificação foi imediata com o momento do filme em que o vizinho do Melvin (Jack Nicholson) acabou de voltar do hospital todo arrebentado e diz: “É tanta coisa ao mesmo tempo que dói demais. A ponto de eu não ter vontade de reclamar.” (ou algo parecido)

É assim que estou me sentindo: com tantos problemas para resolver e com tantas preocupações que não tenho vontade de falar, de reclamar, de me abrir com alguém, de pedir ajuda. Minha analista sempre dizia que eu precisava aprender a pedir ajuda, a ser frágil. Mas a capa que construí à minha volta é tão resistente e tão à prova de tudo que tenho muito medo de deixá-la cair.

Ao mesmo tempo, me sinto muito frágil por dentro. Como se fosse desmoronar a qualquer momento. Espero estar errada…