No sábado, já contei ontem, ficamos sem luz aqui em casa. Das 2 da tarde até meia-noite. Aproveitei para tirar um cochilo à tarde, pois não tinha dormido muito bem de sexta para sábado.

Roney estava na rua e foi tentar descobrir o que tinha acontecido. Subiu as escadinhas até o morro e conversou com o povo da Light. Uma árvore caiu e derrubou um poste e os cabos. Ficou lá por um tempo e voltou para contar as novidades (e trazer velas, porque não tínhamos nem uma velinha em casa).

Quando chegou, descobri o prazer de ficar sem luz com uma boa companhia. Ele tomou um banho (depois de ter subido 11 andares de escada, estava morto de cansaço e suor) e ficamos deitados na cama e conversando.

Falamos muito, demos muitas risadas, conversamos sobre as venturas e desventuras da vida. Ele falou uma coisa importantíssima: “Muitos casamentos acabam com uma falta de luz”. Verdade. Quem não tem do que falar quando não há música, TV, Internet etc. acaba repensando o que está fazendo ali naquela vida, com aquela pessoa.

Aconteceu exatamente o contrário conosco: ficamos felizes de estar ali, juntos, no escuro, só conversando e rindo.

No quarto andar, um grupo de amigos se reuniu para tocar e cantar. Deu vontade de ir para lá. Aí ligamos para uma amiga que disse uma coisa super fofa: “Puxa, se eu não tivesse compromisso hoje, ia praí ficar com vocês batendo papo”. Argumentei sobre os 11 andares de escada e ela disse que valeria a pena, para ficar conversando com a gente.  🙂

Depois, sentamos na varanda para conversar à luz da lua e das estrelas. Ele decidiu ler e eu pintei umas caixinhas. Tudo à luz de velas.

O mais gostoso foi parar, desacelerar, pensar na vida, avaliar escolhas. Acho que precisamos apagar as luzes com mais freqüência.